quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

REVEILLONS



Entre perdas e ganhos, conseguimos chegar ao final do nosso ano e se resolve fazer o balanço do ano que passou.
 - Mas que ano?
No calendário judaico, a partir do anoitecer do dia 04 de setembro de 2013 inicia-se o ano 5774

No calendário Gregoriano estamos em dezembro de 2013. Conforme proposta feita por Dionísius Exiguus10 (470 - 544) monge romeno, o marco inicial da cronologia cristã tem como data o ano do nascimento de Cristo 11.
Para esta mesma data outros calendários apontam anos diferentes, como: Ab urbe condita 2766; Calendário Babilônico 6763; Calendário bahá'í 169–170; Calendário budista 2557; Calendário hindu Vikram Samvat 2069–2070; Calendário hindu Shaka Samvat 1935–1936; Calendário hindu Kali Yuga 5114–5115; Calendário Holoceno 12013; Calendário iraniano 1391–1392; Calendário Islâmico 1434–1435 entre outros.

São muitos reveillons nesse nosso planeta e sendo assim, o balanço de final de ano tanto pode ser em dezembro, como em outra data, dependendo de diversos fatores. Todos os dias podem ser o ano novo em algum lugar.

E se todas as manhãs são "um ano novo", todo tempo é tempo de recomeçar, acabar, iniciar, reiniciar. Não importando ser dezembro ou setembro, 2013 ou não. A própria natureza repete que depois do dia vem a noite, da escuridão vem a luz, depois do inverno, a primavera. Recomeçando sempre.

O mais importante está no caminho, o que fazer entre um "fim de ano" e outro, sendo que cada minuto é uma opção, um futuro que se elege, descartando outro, sem demora pra decidir, no tempo entre o amanhecer e o anoitecer.

Assim, renascemos todos os dias. Errando e acertando, perdendo e ganhando, consciente ou não festejando a vida, no nosso eterno reveillon.

Feliz mais um reveillon, para todos nós.



sábado, 16 de novembro de 2013

ONDE ANDA A POESIA?



Por diversas razões, eu me dou muito bem com a época em que vivo. O que seria de mim sem internet, antibiótico, Iphone, anestesia, whatsapp, Boeing, redes sociais? Ok, tudo certo, porem, em matéria de arte, tudo vai de mal a pior e isso é publico e notório.

Não dá pra comparar em qualidade o que se fazia nos anos 40, 50. Tempo em que eu nem era nascida.

Cadê o Sinatra de hoje? Onde andam os Cole Porters? Os Gene Kellys?  Os grandes musicais? Tudo isso deu lugar a grande maioria de musicas sem melodia, a cantores que não passam emoção, alguns nem cantam, a filmes descartáveis ou de grande violencia física e psicológica ou as comédias sem compromisso, com raríssimas boas exceções.

Concordo que a informática, a medicina, têm dado largos passos, a odontologia idem (graças á Deus) entre outros segmentos e por mais que se critique o aumento de violencia, eu sei da grande preocupação e possível solução (como aconteceu nos Estados Unidos) em relação a isso.

Mas artisticamente demos um passo para trás. Não caminhamos com os outros, porque no domínio da arte, quando não se avança, fica. E enquanto fica o resto anda, os outros vão.

Arte é tocar, é emocionar, é sensibilizar. Fazer chorar ou rir, fazer pensar ou questionar. E como sabemos através da história, a cultura e arte andam juntas e são fundamentais para o progresso do país, do mundo.

Sendo assim, ainda que a ciência e a tecnologia estejam galgando degraus cada vez mais admiráveis, sem cultura e sem arte, como poderemos desfrutar desse avanço? Como compreender e admirar? Ao som de quem ou de que, uma vez que a musica emudeceu, o cinema enfraqueceu, o teatro de verdade esvaziou, ninguém tem mais tempo pra ler e nunca mais se ouviu falar em poesia?

Só nos resta no momento, navegar na internet em busca do tempo perdido e conectar nossos desejos vintages aos arquivos de literatura e músicas que tenham o poder de nos fazer questionar, refletir, emocionar. Essas tolas manias que ninguém se lembra mais...



domingo, 20 de outubro de 2013

O TEMPO E O VENTO - O FILME

Acabei de assistir o belíssimo "O tempo e o vento" - o filme sobre a obra de Erico Verissimo, considerada como a mais importante, sobre a historia do Rio Grande do Sul, escrita de 1949 a 1961-.
O resumo dessa série literária, mais do que um excelente filme, é de uma agradável importancia didático-histórica surpreendente e inesperada.

Jayme Monjardim a frente de um trabalho que conta com atores de primeira grandeza, como Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, faz valer seu bom gosto e sua aposta num romance cativante, principalmente para os que não conheciam esse grandioso trabalho literário.

Campeão de bilheteria no Rio Grande do Sul é o 5º filme mais visto no país e merece mais do que isso. É a história do nosso país contada em tom poético e inteligente, apesar das eternas criticas nem sempre fiéis aos grandes sucessos.

Condensando um século e meio de história e culminando com a revolução Federalista, a fotografia é de uma qualidade á parte- Affonso Beato - Em cenas subliminares, é ela que indica a passagem do tempo, o amor e o ódio, onde a natureza dialoga com seus personagens, ricos em paixões de vida e morte.

A narrativa fica por conta de Bibiana (Fernanda Montenegro) já muito idosa, que recebe a visita de seu grande amor, seu marido - o Capitão Rodrigo, morto ha mais de 50 anos - e pra ele é contada toda a saga.

Longe dos clichês do cinema nacional - miséria, favelas, drogas, sexo e palavrões- finalmente um filme em que a historia do Brasil é retratada sem apelações, sem os antigos recursos para "filme /exportação". Ele é real. Assim como é real existir no nosso país muito mais do que "Garota de Ipanema", futebol e carnaval. 
Somos um caleidoscópio onde tantas raças se misturam á múltiplas classes sociais e culturais.
Foi tudo isso e ainda mais que fizeram e continuam fazendo o nosso Brasil. 
É essa a nossa história.



terça-feira, 17 de setembro de 2013

O AMOR E O TEMPO



Acabei de ler mais uma matéria relacionada ao meu assunto preferido – TEMPO – Cada vez mais estão pesquisando sobre viagens no tempo e eu acredito que um dia o homem vai conseguir seu intento. http://misteriosdomundo.com/teoria-relatividade-viagem-tempo

Imagine se desse pra gente retroceder alguns anos, encontrar com a gente mesmo e até poder dar umas dicas? E se desse pra mudar o passado? Mudaria o presente?

Eu escolheria algumas dezenas de anos atrás e haja conselhos, que eu daria pra mim mesma.
Alguns casos amorosos jamais teriam nem mesmo iniciado, gastos financeiros melhor analisados, meu dinheiro melhor investido, mais seriedade e menos shoppings. Mais livros e menos baladas. Mais estudos e menos viagens. Mais maturidade e menos...

Nossa... Que vida chata!
Posso até ter exagerado um pouco no meu hedonismo, mas no meio dos meus erros (um monte deles), fiz vários acertos, aprendi, descobri, conheci o inimaginável, ri muito, dancei demais, comi, bebi, fiz amigos, amei desmesuradamente e na verdade, em tudo que fiz, fiz com paixão. Se não fosse essa paixão eu não seria quem sou e cá entre nós, eu me dou bem comigo.

Já dizia Guilherme Arantes –“vivendo e aprendendo a jogar ou jogando e aprendendo a viver...”.

Segundo estudos, um dia será possível uma viagem ao tempo, porem sem a permissão de fazer qualquer mudança nos acontecimentos passados. Tem lógica. O que seria de nós sem o nosso professor tempo?

Mas quem sabe uma voltinha lá para alguns anos do futuro?  Nem que seja só por alguns minutos, o tempo de dar uma espiada no jornal e depois voltar.

Teríamos boas notícias? Novidades em artes, espiritualidade, politica, humanidade? Ou voltaríamos todos à estaca zero?  A história do mundo sempre se repete.

No mínimo, de uma coisa eu tenho certeza; no passado, presente ou futuro, ainda haveriam corações partidos...
Entre o amor e o tempo, o amor sempre sai ganhando.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

PRÓXIMOS SONHOS


Daí a gente sonha um dia conseguir “isso e aquilo” e esquece de que conseguiu outros “isso e aquilo”, quando um dia imaginou que fosse o que faltava, pra ser feliz.

Ninguém lembra mais do que conseguiu, só do que ainda não conseguiu. Assim, deixa passar no meio do tempo, aquela alegria, parte do pacote, quando a realidade atual ainda era sonho.

Ok, sempre existe uma nova meta, mas faz parte do esquema uma comemoração íntima, nem que seja só por um momento. Um “oba, valeu” faz bem. Mas parece que a gente não tem tempo pra isso. E, ou estamos no passado – capítulo encerrado – ou num futuro – que pode se realizar ou não.

Todo mundo sabe que problemas, pequenos ou grandes, fazem parte do contexto. Problemas existem para serem resolvidos. Se não existissem problemas não existiriam motivações. Por menos que a gente acredite eles tem sua importância, mas com limites. Como diz uma amiga: “Problemas sem solução, solucionados estão”. Portanto; todos têm solução.

Chego à conclusão de que a vida é uma sucessão de pendencias: “quando acontecer isso eu resolvo aquilo”. Mas nem sempre é assim. Ou nem sempre acontece ou nem sempre se resolve, sem contar que o filme (a vida) pode parar no meio de uma história. Daí as pendencias, sonhos, ou seja lá o que for, não tem mais sentido. Feito filme francês; sem conclusão. E não dá pra pedir o dinheiro de volta. Foi.

Portanto, faça chuva ou faça sol, a ordem é aproveitar, curtir, gostar e se possível, amar. Tudo e todos, principalmente as pequenas coisas. O que tem ou o que sobrou. E entre um sonho e outro, olhar pro espelho e dizer:


- Olha aí, quanta coisa você já conseguiu! 


domingo, 7 de julho de 2013

TOO YOUNG







SAUDADE

Saudade é um fio invisível que nos liga incondicionalmente. Laço indestrutível. Parece com amor tem um jeito de esperança, um toque de tristeza, um espelho da dor. Melhora com as lagrimas, piora com o tempo provoca desilusão, muda o destino.
Saudade. Doce nas lembranças, amarga nas desesperanças e às vezes tão imensa que não cabe nas palavras.
Saudade, falta, ausência, arrependimento por não ter dito mais, beijado mais, ficado mais, perdoado mais e principalmente amado mais.
Saudade. Promessas, Ilusão de um novo reencontro, sonhos coerentes ou não. Desejos absurdos, surdos, fundos...
Saudade imensa, enorme, inenarrável, feito doença que não tem cura, vida que não tem fim...

Saudade de você e de mim.

terça-feira, 18 de junho de 2013

MATHEUS UM BRASILEIRO



São tantas as reivindicações  os discursos, as manifestações e por acaso eu descobri a síntese de tudo isso. Exatamente o que eu penso. O nome do autor: “Matheus um brasileiro” via facebook. Assino embaixo.


“Para começar a se construir uma nação patética, é preciso entender que uma nação se constitui de pequenos grupos de pessoas. Comece a destruir a base dos pequenos grupos.

Comece pela família:

- Incite divórcios, através de filmes que apoiem traição. (Sempre a outra é melhor). Sem pais juntos, os laços de união vão se enfraquecer;

- Publiquem apenas notícias ruins sobre família. Pais que estupram filhas, mães que expulsam filhas, filhos que matam os pais. É sempre bom ter bons exemplos de que a família é uma instituição perdida. Assim, menos pessoas vão gostar de sua família.

Família destruída. Próximo passo: Destruir a educação:

- Professores são também educadores. Sendo assim, são pragas constantes que lutam contra o plano de destruição da nação. Jogue seus salários ao mínimo possível (e impossível).

- Proteja completamente os alunos contra os ataques infames desses professores. Caso um professor dê uma nota baixa, este professor deve ser expulso da escola.

- Incentive os ataques de alunos contra professores. Alunos que batem em professores, que jogam cadeiras em cima deles, que até matam, estes devem ser, no máximo, suspenso de suas atividades. Jamais um professor poderá proferir sequer uma palavra contra o aluno. Isso deve ser punido com demissão imediata, sem justa causa.

Família destruída, crianças mimadas e sem educação. Ainda há pequenos grupos que podem se rebelar. Religiosos, homossexuais, grupos étnicos. Crie situações conflitantes entre eles:

- Proíba a liberdade de expressão dos religiosos. Suas ideologias são antigas, e quase sempre procuram restaurar a família. Lembre-se! Família deve ser destruída.

- Ignore que homossexuais são humanos. Caso haja assassinatos, agressões físicas, e algumas agressões verbais exaltadas, trate isso como situação normal. Tente ser político, e chame isso de democracia.

- Faça leis que exaltem a diferença étnica, afinal, pessoas de cores diferentes tem direitos diferentes, condições diferentes. Igualdade é uma utopia. Lembre-se de fazer isso em nome de alguma causa utópica.

Família destruída, crianças mimadas e sem educação, grupos de minorias em conflito social. Mas, e a cultura? As memórias? Os costumes? Isso pode pesar na cabeça de quem amava sua antiga nação. Faça o seguinte:

- Apoie a entrada de cultura estrangeira. Sua nação provavelmente tem uma cultura muito diversificada, muito vasta. Isso pode tornar mais difícil um controle total. Se todos pensarem igual, serão mais facilmente manipulados.

- Force as pessoas a assistirem programas de televisão que as tornem idiotas. Programas que repitam muitas vezes uma palavra pra que essa palavra se torne o “refrão” do momento.

- Espalhe a cultura inútil por todos os lugares. (PRINCIPALMENTE MUSICAS IDIOTAS) É bom rir de tudo, porque quando tudo virar uma piada, nada vai ser levado a sério.

Família destruída, crianças mimadas e sem educação, grupos de minorias em conflito social, cultura nacional falida. Você está indo bem. Mas, como fazer uma nação patética, se for governada por pessoas sérias? Impossível!!! Acabe com a política:

- Políticos honestos devem ser mantidos calados. Faça o possível pra que eles sejam ameaçados de morte e se calem. (Pelo menos eles terão que gastar bastante tempo e dinheiro com seguranças particulares).

- Políticos desonestos devem ser protegidos. Para isso, as leis que julgam os políticos devem ser totalmente brandas. Se forem descobertos crimes, sufoque a notícia, coloquem o político em algum lugar menos exposto, e depois torça pra sua nação (já emburrecida pela falta de educação) esquecer.

- Transforme a política numa piada. Permita que se pessoas que não fazem ideia do que é ser um político, possam ser votadas. Com um pouco de sorte, ele pode ser o deputado mais votado do seu país.

- Lembre-se: dinheiro público é dinheiro seu. Use-o da forma que quiser, para seu próprio benefício. Afinal, você só tem 4 anos pra enriquecer.

Família destruída, crianças mimadas e sem educação, grupos de minorias em conflito social, cultura nacional falida, sistema político falido. Pronto. Agora você pode se orgulhar por ter feito um trabalho bem feito. Sua nação é patética. Inclusive, eu conheço um país assim.


Por 
Matheus, um brasileiro




terça-feira, 14 de maio de 2013

SEM ELA



Foi o primeiro dia das mães sem ela. Sem ouvir dizer:
 – Que bobagem esse negócio de “dia das mães”! Posso ir embora?
Não gostava de comemorações. Não gostava de flores. Nem de perfumes. Dizia orgulhosamente que nunca tinha usado maquiagem. Não se importava com roupas, nem gostava de viajar.
 – Em todos os lugares existem pessoas, carros, lojas... Qual a diferença?
Não gostava de novelas.
 - As pessoas brigam o tempo todo...
Gostava de musicas. Gostava de cantar e dançar. Gostava da vida do seu jeito. E dizia:
-Todo mundo morre, menos eu. Acho que perderam minha ficha... A vida é tão boa!
Talvez estivesse dizendo pra ela mesma.

Quando criança se considerava feia, jovem queria ser cantora e foi impedida pela minha avó (traumatizada que era com a vida de altos e baixos, que passou com meu avô compositor). Casou sem amor. Perdeu seu filho de 23 anos num acidente. Perdeu seu marido. Perdeu a juventude que ela tanto amava e com o passar dos anos, perdeu a visão.
Entre tantas perdas, foi perdendo a razão aos poucos e ganhando a pior das doenças. Aquela que ainda não tem cura, principalmente quando se descobre com mais de noventa anos. E continuou perdendo.

Cada dia perdia um pouco a vida, como alguém que se despede vagarosamente, discretamente, tristemente. Justo ela, independente, excelente negociante, que adorava cantar, dançar, colecionar as gravações de Orlando Silva e na juventude, namorar. Perdia sua dignidade.

Tudo foi feito, tudo foi tentado, mas ela estava de partida. Não havia quem pudesse impedir.

Na véspera do natal eu disse:
- Que pena. Justo na véspera de natal e você aqui ainda no hospital...
Ela respondeu:
 - Grande coisa... Não gosto de natal.
E quando eu falei que voltaria no dia seguinte a ultima coisa que eu ouvi, foi:
- Mas vê se não chega tarde, viu?
Apesar de ter prometido que não chegaria tarde, eu cheguei tarde, sim. Quando cheguei, ela já tinha ido.
No dia de natal.
É. Ela nunca gostou de natal.

Acharam a sua ficha.







terça-feira, 23 de abril de 2013

ESCANDALOS LIBERADOS






“A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou ontem, em caráter conclusivo, projeto que autoriza a divulgação de imagens, escritos e informações biográficas de pessoas públicas, mesmo sem a autorização da pessoa ou de parentes do biografado (Projeto do deputado Newton Lima (PT-SP). A proposta altera o artigo 20 do Código Civil para incluir a possibilidade de divulgação da biografia sem autorização quando a trajetória pessoal, artística ou profissional da pessoa tenha dimensão pública ou haja interesse da sociedade em sua divulgação”. (www.camposebastos.adv.br)

Portanto, quem quiser escrever histórias intimas ou fictícias sobre alguém famoso, está liberado. Vale tudo.
Mais do que invasão de domicilio, estaremos vivenciando “invasão de ordem particular” sem mais alguma proteção.

Na verdade, nós já estamos acostumados com invasões.
Dia 22 de abril no ano de 1500, Portugal invadiu o país que tinha em sua população indígena, um idioma, uma religião e estrutura de vida, a sua maneira, vivendo sob as leis da natureza, contrária a estrutura de vida europeia. Daí nossos colonizadores nos obrigaram á ferro e fogo, tortura e impostos a dizer: “O Brasil foi descoberto”.  Descoberto o que já existia?

Muitas invasões depois, agora, outra invasão:
Qualquer pessoa pode publicar o que vier a cabeça, sobre quem quer que seja (contanto que seja famoso), que a lei estará de acordo.

Pelo que dizem, esse projeto teve inicio depois do veto de Roberto Carlos sobre um livro que contava “sua vida” e de outros, á sua volta. Li algumas páginas desse livro e me diverti muito com tantas mentiras e (diga se de passagem) hilária criatividade, que o autor usou para contar minha própria passagem, nessa história. Fiquei sabendo, que o autor lucrou bastante, principalmente depois, quando dava palestras sobre o que andou escrevendo.

Acredito que a partir dessa liberação, outras histórias virão, outras versões serão publicadas. Só fico imaginando o lucro que as editoras terão com essa liberação.

O que você acha de ler absurdos ao seu respeito? Coisas que jamais existiram, palavras que nunca disse e fatos que não aconteceram? E da maneira mais pejorativa possível, claro. Só assim se vendem livros, dessa natureza.
Será que o autor dessa lei, gostaria de ver sua vida contada em versão escandalosa e mentirosa, sem armas pra se defender?

Essa noticia me deixou sensibilizada e me fez sentir um pouco mais desprotegida, dentro de um país que dá tão pouca importância aos seus artistas, ás pessoas que trazem orgulho pra essa terra, tão cruelmente abatida por corrupções, (nem todas reveladas ainda) e com tão pouca divulgação da sua riqueza natural.

Porem e como sempre, existe os dois lados da mesma moeda. Assim como estarão expostas as verdades, as mentiras e calúnias em relação ao meio artístico, também estarão expostas as intimidades de toda e qualquer pessoa pública.

Como dizia Oscar Wilde “Há apenas uma coisa no mundo pior do que falarem mal de você: Não falarem sobre você”.
Essa máxima serve bem ao artista.

Mas será que serviria também e na mesma proporção á todos que  aprovam essa lei? Salve-se quem puder.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

MAIS UM ABRIL...


Dizem que um poeta só é grande se sofrer. Nem sempre. As vezes a vida cria momentos e textos que não cabem apenas numa canção e outras canções já criadas, dizem mais do que aquela que esperava pra nascer.
Existem canções que são promessas. Canções que funcionam como um tele transporte ao passado. E outras  que aparecem na nossa frente como uma mensagem do nosso próprio coração.

Essa canção é pra você. Com todo o meu amor.Where you are...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

ANNA KARENINA


Acabei de ver o filme (mais uma versão) Anna Karenina (1873) e me dei conta que na época em que o romance foi escrito, outros tantos falavam do mesmo assunto e o pior; a lição de moral era a mesma ; Mulher que trai não merece perdão Ou acaba debaixo de um trem (Ana Kareninna), ou morta por envenenamento (Mme. Bovary -1857), ou morre por culpa mesmo ( O Primo Basílio- 1878). Esses são apenas alguns exemplos, temos muitos outros.

E esses outros vão desde a Idade Média até os nossos “informáticos tempos”

Exceção feita a Nelson Rodrigues – considerado o escritor maldito - que nos anos 50, dizia"A adultera é a mais pura porque está salva do desejo que apodrecia nela” . Ou na peça "Perdoa-me por me traíres".

Por mais que o tempo passe as temíveis filhas de Eva continuam a ser o pecado do mundo, responsáveis por todos os mistérios e sacrilégios aos olhos da sociedade. Apesar de dar a luz aos homens, esses seres que pelo visto, usam e abusam do direito de trair sem consequências funestas. Pelo contrário; É charme, merece perdão. Jorge Amado que o diga.

Assim, em filmes, romances e novelas o final invariavelmente é o mesmo, deixando pouco de curiosidade e muito de tédio por antecipação.
Existem exceções, mas essas além de raras não conseguem o sucesso pretendido, justamente pela condenação inalterável da sociedade, seja ela aqui ou em qualquer outro continente.

Até mesmo em novelas brasileiras se repete o mesmo refrão. E não dá outra – Sucesso.

Esperta mesmo foi Capitu, que traindo ou não, até hoje ninguém sabe e por falta de provas, foi inocentada pelo beneficio da duvida.
Anna Karenina - Vale a pena ver pela fotografia e guarda roupa. Só.



quarta-feira, 20 de março de 2013

EMILIO SANTIAGO


Foi por volta dos anos 90, que Joanna, cantora, compositora, minha parceira e amiga, me avisou que havia no Rio uma mulher, que dizia se chamar Isolda, que era compositora, irmã de Milton Carlos, amiga de Roberto Carlos etc.
Em resumo; ela dizia ser eu. Joanna tinha se encontrado com ela numa festa em Santa Catarina, onde ela afirmava que era a compositora de Roberto Carlos! 

No momento eu dei muita risada e comentei com amigos, em especial com uma assessora de imprensa, que me disse:
 – O fato é grave. Ela mesma acredita ser você. Eu soube disso por Emilio Santiago. Ele acreditou que se tratava de você (ele não te conhecia pessoalmente e ligou pra ela).
Ela atendeu, disse que sim, que era a compositora Isolda, mas que não ia autorizar nenhuma gravação pra ele, porque tinha exclusividade com Roberto Carlos. Claro que ele ficou chateadíssimo.

Quando eu soube dessa confusão, não sabia nem por onde começar, uma vez que essa mulher tinha trocado o numero daquele telefone e ninguém sabia onde morava.
Falei com essa assessora (amiga particular minha e de Emilio), que a essa altura já tinha explicado ao Emilio esse engano e marcamos de ir ao show dele, além de fazer um trabalho de imprensa avisando que havia alguém se passando por mim.

Assisti ao show (impecável como sempre) e depois, ele e eu conversamos e rimos desse engano. No mesmo ano ele regravou uma musica minha belissimamente (como sempre) e eu nunca mais ouvi falar dessa estranha mulher, que provavelmente me prejudicou com pessoas, que eu nem tive oportunidade de saber ou me explicar.

Hoje acordei com a noticia de que ele partiu. Minha quarta feira está muito triste, não vou ver mais o seu sorriso, a não ser em vídeos, nem vou mais ouvir sua voz contando sobre suas ultimas viagens e sucessos.
Só me restam as lembranças e a linda gravação que ele fez de uma das minhas canções. Meu mundo está mais vazio, meu coração apertado e a música menos harmoniosa. Emilio Santiago era e é a pura harmonia, simpatia e beleza. O cantor mais elegante que conheci e uma das vozes mais belas que já escutei.

Até breve amigo, até um dia...



sábado, 16 de março de 2013

SINAIS





Os sinais estão aí, ainda que a gente esteja distraída. Os sinais que a vida, o Universo ou “alguém muito bem intencionado” manda pra gente.
Sabe aquele caso que a gente jurava que era perfeito e depois viu que não era? Se alguém fizer um back up vai notar os sinais, coincidências ou não, que tinha alguma coisa errada, mas ninguém deu atenção.
E aquele dia, que apesar do convite para aquela super balada, bateu uma enorme vontade de ficar em casa? Lembrando agora; Não seria melhor ter ficado em casa?
Assim como a noite em que mesmo sem companhia, deu vontade de sair e por causa disso seu destino mudou.

Sinceramente, eu ando praticamente me acostumando a isso. Já me aconteceram tantas... Como inventar uma desculpa pra não aceitar um compromisso e a desculpa se tornar real. Desistir de uma viagem de repente, sem qualquer motivo e depois saber que  minha presença em casa seria imprescindível.  Acordar contente sem nenhuma razão e em seguida receber uma boa noticia... E por ai vai.

Tenho uma amiga querida que vive me repetindo isso. Cada vez que conto um fato em que me dei mal, ela não deixa por menos:
 – Viu? Quem mandou não ouvir os sinais?
– Que sinais?
Daí ela reconta a história enfatizando o quanto eu fui de certa forma “avisada” e não prestei atenção.

Recentemente essa amiga, tinha ganho um relógio que seu filho trouxe de uma viagem e ela não tirava esse relógio, só saía com ele. Nunca gostou tanto de um relógio.
A semana passada, ela foi ao teatro buscar alguns ingressos, para um show a noite. Conversou com alguns amigos, mais outros, de repente resolveu ir ao banheiro, voltou e no meio de uma conversa notou – Cadê o relógio?
Voltou ao banheiro, procurou por tudo e nada. Saiu do teatro, bastante chateada pensando no relógio que havia perdido e foi andando, em direção ao metro.
Quando estava entrando no metro escutou seu filho chamando. Ficou feliz pela coincidência de encontrar seu filho ali, naquele horário improvável e voltar pra casa com ele. No caminho contou que havia perdido o tal relógio e ele respondeu que não ficasse triste, que ele iria viajar pra aquele mesmo lugar e compraria outro.

Foi só quando chegou em casa, que percebeu; Perdeu o relógio, que era apenas um relógio, igual a milhões de outros. Mas não perdeu o mais importante; alguém que era insubstituível, alguém que não tinha outros exemplares e que estava ali, como pra lhe deixar claro isso.
Quem sabe o relógio não tivesse sido só um meio, pra que ela constatasse o valor que ele de fato não tinha.
Na verdade, por mais que parecesse clichê, nada importava; Nem viagens, nem casas, nem carros, nem relógios. Mas, pessoas.
Essa é a opinião da minha amiga.
Minha opinião – Quando alguma coisa é perdida, é porque de fato nunca foi nossa só ocupou espaço por algum tempo, até chegar a hora de ir, porque outra está pra chegar.
Como sempre, entre uma opinião e outra, discutimos por algum tempo até que chegamos a um denominador comum;
- Isso também não seria um sinal?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

AMAI VOS!


Religião  =  re- ligião - religar-se a Deus. Essa é a explicação.

Se é assim, por que milhões de pessoas foram e continuam sendo mortas, violentadas, roubadas, mutiladas e tudo isso em nome de um deus que cada um vê a sua maneira?  Assim; “se o seu é diferente do meu, então vamos brigar ?”

Se determinado grupo acha que tem razão, por que perder essa razão (e vidas) na tentativa de “aliciar” outro grupo?
A ideologia, o amor ao próximo ou qualquer outra coisa que o valha, passou longe. É briga de time mesmo. Tipo Palmeiras x Corinthians em proporções mundiais e sem vencedores.

Particularmente, eu não sigo essa ou aquela religião. Mas sou cristã, portanto, contra tudo aquilo que provoca perdas a humanidade. E o caminho que estamos trilhando aqui no Brasil está chegando nisso. Uma volta ao passado. Se não houver um stop urgente, a qualquer momento vamos assistir novos “bruxos” serem queimados em praça publica. Seu pecado? Pertencia a outra “religião”.

Segundo qualquer historiador, quem lidera o mundo é o poder. Quem é o dono do poder? O dinheiro. Apesar da Igreja Católica no momento ser a menos perigosa (em termos) e ela ainda estar no topo,  amanhã, quem estará?

E se for alguma seita da pesada com o objetivo de exterminar adeptos de outras seitas? Muitos eventos começaram assim. No silencio, pouco a pouco e de repente, o mundo explodiu em guerras santas que depois de destruírem metade das maravilhas do universo, acabaram em pizza. Cada um consertando seu estrago. Pra começar tudo de novo.

Quando é que o ser humano vai entender que todos viemos e vamos para o mesmo lugar? Que a liberdade de ser e de pensar é direito de todos, mesmo que uns não concordem com os pontos de vista de outros, que Deus é único e se não me falha a memória o mandamento mais importante que Ele nos deixou foi – Amai a todos como eu vos amo.

Tudo isso pra dizer o quanto estou indignada com os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro. O que já aconteceu há algum tempo também em São Paulo...

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u408216.shtml

É falta do que fazer?


sábado, 9 de fevereiro de 2013

CARROS...


Às vezes a gente precisa se desfazer de alguma coisa por varias razões; desocupar espaço, gerar recursos, ou porque resolveu que não quer mais mesmo. As minhas tinham um pouco disso tudo, quando eu coloquei meu carro a venda.

Depois de receber varias propostas e nenhuma delas chegar perto do que eu esperava, alguém se ofereceu para pagar quase o que eu pedia. Como era quase, eu aceitei. Só não sabia o que viria depois.

Logo em seguida percebi que sua proposta era um pouco mais complicada. Não morava na mesma cidade que eu, teria que fazer alguns acertos etc.

No dia seguinte, lembrei que eu mesma precisaria do carro por alguns dias. Avisei ao comprador, mas ele parecia que não estava entendendo. Ligava todos os dias e várias vezes ao dia. Comecei a me estressar e ele, pedindo meu CPF e nome completo, no seu ininteligível português (nos emails e ao telefone).

Eu tenho um sério problema; fico muito nervosa quando escuto uma frase “com certos erros de um português ruim”. Mas venda é venda, apesar dele estar mais interessado no tipo de pagamento do que no carro.

Nenhuma dúvida, nenhuma questão, a não ser a forma como iria pagar. Achei estranho, porque se ele nem conhecia meu carro, nunca tinha visto antes, porque estava tão interessado assim, exclusivamente na parte final? Comprar um carro, na minha opinião, não é comprar um livro do catálogo. Tipo – manda por SEDEX que eu pago com cartão...

Comecei a sentir aquela antiga sensação que sempre chega, quando tem alguma coisa errada na história.
No dia combinado, me avisaram da portaria que ele estava lá e eu desci com todos os documentos na bolsa.

Decididamente, esse cara chegou a me deixar apreensiva. Nem me cumprimentou. Parecia estar muito zangado, falando que o carro não era o que ele estava pensando, que tinha mais quilometragem do que o anunciado (era a mesma do anuncio), que o antigo dono (antes de mim) era do Rio de Janeiro e ele não confiava em pessoas de lá etc.

Bom, vamos ás outras documentações. IPVA – Por que foi pago com multa? – Sem resposta. E o DUT? (documento de transferência). Eu revirei minha bolsa, olhei novamente todos os documentos e não achei. - Não estou achando, será que eu perdi? Ele parecia explodir.
- Como pensa que vai vender um carro, sem documentos? Então me fez vir até aqui, viajei muito, pra depois me dizer que não tem documentos?
Eu respondi que infelizmente não estava achando o documento, que tinha certeza de que ele estava lá, enfim; nada poderia fazer naquele momento.

Depois de esbravejar muito e por pouco não bater em mim, no porteiro e nas pessoas que passavam pela portaria, ele finalmente foi embora. Senti um alivio como se um grande peso saísse das minhas costas.
Entrei em casa sem saber como fazer pra recuperar o tal documento. Liguei pra advogada e liguei pra agencia onde eu tinha comprado o carro. Mandaram uma lista imensa de itens para conseguir a segunda via, mas eu continuava a procurar dentro de casa. Eu tinha certeza de que ele estava lá.
No dia seguinte antes de sair, troquei de bolsa. Quando estava tirando tudo de dentro de uma bolsa pra colocar em outra, lá estava ele. O tal do DUT. Ele devia estar lá todo o tempo e provavelmente, na minha ansiedade de encontrar, eu não encontrei. Acontece.
Em resumo; Eu acredito que meu carro não gostou de quem seria seu novo dono e resolveu se fazer de feio (ele é lindo) trapacear a documentação e torcer pra não ser aceito.
Conseguiu. E quer saber? Ele tinha toda a razão. Merece um dono melhor.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

TRAIÇÃO



Não conheço, nem nunca ouvi falar de alguém que não tivesse sido traído. Ou foi traído ou traiu, ou os dois. Quer dizer; o “foram felizes pra sempre”, depende.

Pra trair tem que ter coragem. Trair significa mentir, sustentar a mentira e como sempre uma mentira leva a outra, tem que ter boa memória pra não cair em falso. Aí é que pega.

No meu caso, por exemplo, do jeito que costumo esquecer das mentiras que invento, fica difícil. Então, por absoluta falta de competência, eu “jogo limpo”. Tipo – Olha; Não dá mais.
E depois, livre de culpa eu parto pro próximo objeto de desejo.

No fundo a vida é um jogo. Tem gente que assume, deixa o certo pelo duvidoso e depois se arrepende. Tem quem não arrisque e passa vida toda pensando o que poderia ter sido. Mas tem também quem jogue na dupla. Deve dar trabalho...

Esse negócio de “traição” é na realidade bem contraditório. Tem lugares em que ela é vingada com a pena de morte (para as mulheres, claro). Em outros, ela é simplesmente perdoada em nome da família - a fórmula american way -. Para alguns, ela é a fantasia do casal e pra outros ainda, traição é rotina. Faz parte da história de todo casamento bem ajustado (os filmes franceses que o digam).

Mas a pior das traições, não é a do corpo. Essa dói e compromete a confiança. Mas a traição da alma, essa sim é fatal. Estar com alguém, sentindo que o pensamento dele (a) está em outra pessoa, é no mínimo, fulminante. Existe e aliás, é a mais comum.

Trocando em miúdos e sabendo que traições muitas vezes, não passam de desejos passageiros, ainda dói? E se for o grande amor da sua vida? Vai jogar fora tudo o que viveu, por causa de um evento sem a menor importancia? Porque se for realmente o grande amor da sua vida, não deve ter tido a menor importancia, em comparação. Passa. Só não passa o amor quando é amor.

Sendo assim e depois de tantas aventuras perdoáveis e imperdoáveis, chego à conclusão de que faço parte – isso só agora – da turma do deixa disso. Ou gostaria de ter feito e esquecido.

Tudo é perdoável numa história de amor. Tudo. Só não tem perdão, uma história sem amor.
Mas aí já é auto traição. E todos são culpados. Justamente por se deixarem ser vitimas.



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

PRA SEMPRE




Existem pequenos amores que duram uma primavera, outros que sobrevivem por todo o verão.
Existem lembranças que voltam a partir de uma musica, amores doces e amargos, de todas as formas e números, tipos e intensidades. Os falsos amores, os sinceros, mas frágeis. Os amores que viram amigos, os amigos que viram amores.
Existem amores febris que são curados por uma traição. Amores platônicos que se resolvem com amores carnais. Existem amores e amores...

E existe o grande amor.

Ele não é aquele que causa um tumulto repentinamente e se dilui nos primeiros raios de rotina, nem esse que jura amor eterno e cumpre a promessa, socialmente.

As paixões passam, o encantamento passa, só o grande amor sobrevive. Cúmplice nas tempestades, erros, acertos e apesar de, ele é o amigo, o amado, o fiel no seu sentimento. Distante às vezes, próximo outras, mas eternamente presente. Entre idas e partidas, conflitos, pecados e perdões; ele está lá. Sempre. E o coração sabe disso.

É o lendário pote de ouro no fim do arco-íris. O tesouro ambicionado por todos os seres mortais.
Único e raro, ele chega sem alarde, mas não se despede, nem se auto proclama.
Não importa a idade ou o tempo, ele tem todo o tempo do mundo, todas as horas e todos os momentos. E o mais importante: É recíproco. Almas velhas conhecidas...

Uma alma não precisa dizer que conhece a outra; ela se parece, se identifica e segue ligada por um elo invisível e mágico desde o primeiro olhar até o final dos tempos.
Forte na sua autenticidade, surpreende os amantes e irrita os mal amados
Pouco importa o passar dos dias, dos meses, a mudança dos anos, a ironia da vida ou da morte.

Existem muitos olhares e existe o seu. Existem várias lembranças e existem as nossas. Existem muitos amores.

E só um grande amor - você. 


Você, que gostava de colocar pra mim, essa canção

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

EU DISSE ALGUMA COISA ERRADA?




Nessa fase fim de ano/começo de ano, sobrevivi a perdas importantes em sequencia e tão absurdas (pra mim) que me fizeram chegar à conclusão de que morrer não é nada. Bobagem.

A gente está lá, batendo papo, conversando sobre os velhos tempos e de repente todo mundo vai embora e a gente fica com cara de idiota falando sozinho... Cadê o pessoal? Resposta – Foi para o andar de cima.
- Tem certeza de que é o de cima?

Acho que estou começando a me acostumar com a ideia. Até porque, fui criada dentro de uma filosofia que não acredita na morte, só na vida. Morreu, volta. Sempre. - E enquanto isso não acontece, a gente faz o que? Aí é que a coisa pega. Cada um tem seu ponto de vista e de repente, todos estão certos: Se a vida é um assunto extremamente pessoal, a outra vida também não é?

Quantos mundos temos dentro do nosso mundo? Quantas realidades conhecemos? A sua vida é igual à vida de um habitante da Nigéria? De um lutador de sumô? Do príncipe Harry? Do gerente do banco da esquina? Do catador de caranguejos?

Conheço gente que conversa com os que passaram pro lado de lá (morto é um nome que nem pega bem), do mesmo jeito que conversa com os que estão do lado de cá. Na verdade, segundo eles, a diferença é ter corpo ou não ter corpo. E corpo e roupa não tem muita diferença. Ficou usada, velha, com problemas, a gente joga fora. Era assim que meu pai dizia e quando ele foi embora, antes de ir, estava tão convencido disso que até ajudou mamãe em relação às documentações que ela teria que fazer depois dele partir. Esse era “o cara”. Dizia que quem ficava mal era quem ficava aqui e como noventa por cento das coisas que contava, depois eu constatava que ele tinha razão, começo a acreditar que nesse assunto ele devia ter também.

Já foram escritos livros e mais livros a respeito, já foram feitos filmes e mais filmes. Peças de teatro, novelas e mais novelas... Desde que nosso mundo é mundo essa é a maior preocupação da humanidade. Por isso o incontável numero de religiões.

Uma vez que não temos certeza de nada (apesar de muita gente dizer que tem), por que não apostar no lado positivo? Daí me vem à mente as ultimas cenas de Ghost.
 – Até breve, diz ele.
Ou a ultima cena gravada de Audrey Hepburn, para o filme “Always”.
 – O tempo aqui é muito diferente, diz ela.
Ou então o magnifico “Amor além da vida”- um dos meus preferidos.
Nesse filme, praticamente todas as cenas são fantásticas.
Eu começo o ano falando do fim. Mas já disseram que o fim é o começo e como repetia Richard Bach:
“Uma despedida é necessária, antes de vocês poderem se encontrar outra vez e isso é certo para os que são amigos”.
De Platão a Richard Bach, passando por Kardec e outros filósofos em questão, todos chegaram a esse ponto em comum.
- Ok, pessoal que me deixou falando sozinha. A gente continua nossa conversa do outro lado.
Só falta alguém ir embora de novo, porque resolveu que estava na hora de nascer...
Será que fui eu que disse alguma coisa errada?