sexta-feira, 27 de junho de 2008

SILVINHA ARAUJO

A vida passa mais rápido do que a gente imagina e tudo acontece num piscar de olhos. Foi ontem mesmo, minha festa de 15 anos, depois fiz dezesseis, logo em seguida, me vi fazendo back vocal para cantores nos estúdios da RCA - lá na Dona Veridiana - que hoje nem existe mais. Foi num desses trabalhos que conheci Eduardo Araújo e Silvinha. Não me lembro de uma pessoa mais doce, simpática e dona de um tremendo talento. Foi Eduardo quem levou minha primeira canção (minha e do meu irmão Milton Carlos) para Roberto Carlos. Se não fosse ele, não teríamos acesso ao rei.

Silvinha, na minha lembrança, é Silvinha loira, linda e jovem, que cantava ontem no estilo de hoje. Uma voz á frente do seu tempo, um estilo personalíssimo. Cantora, mãe e amiga, que particularmente eu acho que poderia ter tido um reconhecimento maior em relação a sua vida profissional. Mas nada é por acaso. Sua missão era exatamente essa. Tanto era que foi cumprida, finalizando dia 25 de junho.
Como espiritualista que sou, sei que a vida não termina simplesmente assim. Só o personagem é que deixa de existir, como no teatro. Silvinha como Silvinha cantora, não existe mais, mas ela, seu espírito sempre existirá e voltará ao nosso convívio inúmeras vezes, quantas ela quiser.
Um dia, nós também estaremos desse outro lado, só não sabemos quando. Pouco importa a "vida saudável", as prevenções contra essa ou aquela doença, pouco importa a religião de cada um; estaremos lá.
Tudo o que importa é a nossa bagagem. Que seja feita de fraternidade, de caridade, de amor ao próximo. Que nossa estadia por aqui deixe boas lembranças e a certeza de que de alguma forma contribuímos para a felicidade dos que ainda não cumpriram sua missão.
O tempo passa muito rápido, muito mesmo. Ontem éramos adolescentes, amanhã estaremos do outro lado e depois de amanhã, começaremos, nós todos, tudo de novo.
Boa viagem, Silvinha. Até á vista.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

JÁ OUVI ISSO ANTES...

Antes e depois que escrevi o livro "Você também faz músicas?" recebi e-mails de compositores me perguntando o que fazer caso sua canção seja plagiada. Existem vários procedimentos, inclusive o de encaminhar o caso para a justiça, entretanto e particularmente, eu mesma nunca tomei nem tomarei esse caminho. A bem da verdade; me envaidece. Juro. Já fui plagiada por pequenos e grandes autores (chiquérrimo, hein?) e algumas vezes  tão descaradamente, que me fez rir (e não é que a tal da canção genérica estourou, de novo?).
Ser copiada, plagiada, imitada, significa: Adoraram meu trabalho, a tal ponto que copiaram. Só não gosto quando atribuem a mim o que eu não fiz e descobri que não sou a única que pensa assim.
Leiam esse texto do grande Carlos Heitor Cony

HISTÓRIAS DE PLÁGIO - Carlos Heitor Cony (é dele mesmo)

Ainda não me dei ao respeito de ler a biografia do Paulo Coelho escrita pelo sempre competente Fernando Morais. Amigos que a leram me informam, alarmados, que o mago, em início de carreira, plagiou uma crônica minha para se habilitar ao emprego num jornal do Nordeste. Nada tenho contra. Lamento apenas a falta de gosto ou de informação do Paulo. Bem que poderia ter escolhido autor mais importante.Sou amigo dos dois, do biógrafo e do biografado. Lerei o livro com a unção que eles merecem. Quanto ao plágio, se verdadeiro for, é um acidente de percurso na carreira dele e na minha. Nada grave que dê para me chatear.Chato mesmo é ler na internet textos meus assinados por outros. E, pior ainda, é ler textos de outros assinados por mim. Tive há tempos uma experiência que me chateou. Estava em Paris, cobrindo a Copa do Mundo de 98, quando soube que um colunista aqui do Rio assinara duas crônicas minhas como suas. Descoberto o plágio, não por mim, mas pela Folha, o jornalista foi demitido do "JB", certamente por um motivo justo: deveria ter escolhido um autor mais ilustre para copiar.Mesmo assim -como disse- fiquei chateado por causa da demissão do colega. Quando tomei conhecimento do fato, a nossa seleção enfrentava um compromisso fora de Paris, acho que em Nantes ou em Marselha. Eu estava sem condições de interferir junto à direção do "JB" no sentido de impedir a dispensa do seu profissional.Lembro agora que o Fernando Morais me telefonou, há tempos, perguntando se sabia do plágio do Paulo Coelho. Lógico que não sabia. E, mesmo se soubesse, dava-lhe a minha bênção e aprovação. Gosto dele, é um gentleman, o sucesso internacional não o modificou, é um garoto que muito sofreu e ainda acredita no maravilhoso.
Carlos Heitor Cony (é dele mesmo)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

CAFÉ COM LEITE CONDENSADO


"Intoxicação alimentar ocorre quando uma pessoa ingere alimentos contaminados por certas bactérias As bactérias podem estar em todo tipo de conserva em latas e vidros, principalmente vegetais com pickles, vagem, milho, cogumelos, palmitos, ervilhas, alimentos defumados com carnes, patés. Ao comprar alimentos enlatados, observe a data de validade, e condições da lata. Não compre se a lata estiver amassada ou estufada. Antes de consumir alimentos acondicionados em vidros ou latas, ferva-os por 10 minutos".

Tudo isso a gente lê, a gente sabe, mas muitas vêzes esquece. 
Não sei ao certo se foi isso, só sei que no sábado depois de tomar um café com leite condensado (e ter esquecido de lavar a lata antes) eu não fiquei nada bem. 
Domingo de manhã eu acordei com enjoo  dor de cabeça e a pressão desabando. Dormi o dia inteiro, cada vez que acordava sentia vertigem. Foi assim até de noite (não conseguia comer nada). Pensei logo em botulismo ou coisa assim, imaginei como seria recebida minha morte pelos meus amigos;
- Morreu de leite condensado!
- Logo ela, que queria emagrecer?
- Se fizesse dieta...
Querendo ou não fiquei de dieta 2 dias, com dor no estomago, dor de cabeça, dor na consciência e o sentimento de irresponsabilidade comigo mesma. Passou, melhorou, mas que serviu de lição, serviu.
E cá entre nós; Dois dias em jejum dá pra perder no minimo uns dois kilos, não?

terça-feira, 10 de junho de 2008

COMPANHIA DA BOA NOTÍCIA

O noticiário da tv virou um filme trash e daqueles da pior qualidade. 

Quanto maior o escandalo político, o assassinato, a violência, maior é a audiência. O povo está se acostumando com as más noticias se bem que, se acostumar não seja bem a palavra. Lembra da época em que as pessoas iam assistir os cristãos serem devorados pelos leões? E a multidão que brigava por um lugar para ver os guilhotinados? Pois é, nada mudou. A diferença é que agora pode-se saber e às vezes assistir tudo isso em casa, pela televisão. 
Tenho vários amigos, que não assistem mais esses famosos telejornais - depois de terem passado por insônias e pesadelos -, preferem escolher na internet, as informações que desejam . Alienados? - Pode ser, mas pelo menos estão correndo um risco muito menor de serem tragados pela política do medo.  

Haja manipulação! (não fume, não beba, não coma, beba 2 litros de água por dia, olha o colesterol, seja magro, seja magro, seja magro...)
No nosso mundo acontece de tudo, inclusive - pasmem! - as boas notícias. Essas não são divulgadas, mas existem, sim.
Acabei de receber um link para um site jornalístico inédito. É o outro lado da moeda: Companhia da boa notícia. A gente até encontra algumas noticias, que não são exatamente as melhores, mas pelo menos estamos livres de maiores traumas.
Exemplo de uma das tantas estatísticas que rolam pelo mundo e a gente nem fica sabendo (do site http://www.ciaboanoticia.com.br/ ) :

Reduzido o número de habitantes abaixo da linha de pobreza
De acordo com o relatório Desenvolvimento e Globalização: Fatos e Estatísticas, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, o número de habitantes dos países em desenvolvimento que vive com menos de um dólar por dia caiu de 1,25 bilhão em 1990 para 980 milhões em 2004. Na África subsaariana, a parcela da população que vive abaixo da linha da pobreza diminuiu de 46% para 41,1%. Um dos objetivos do milênio é reduzir pela metade a pobreza mundial até 2015. - 27/04/2008

E algumas curiosidades

Homem traído põe a mulher à vendaUm homem, após descobrir que estava sendo traído, pôs sua mulher à venda num site de leilões. O britânico Paul Osborn, 44 anos, disse que chegou a receber propostas de até R$ 1,6 milhões, mas decidiu retirar sua oferta depois que a cabeça esfriou. “Foi tudo num surto de raiva. Depois eu vi que não era a coisa certa a fazer.” A mulher de Osborn, Sharon, fez uma queixa policial contra o marido. - 17/05/2008
Já pensou se a moda pega?

sábado, 7 de junho de 2008

SEXY AND THE CITY- em 145 minutos


Eu também vi  assim como a maioria das mulheres que conheço (e que também não conheço). 
Não assisti a série da tv americana, só fiquei conhecendo o resumo pouco antes de entrar na sala de projeção e mesmo assim, eu a-do-rei! 
Não é preciso ter acompanhado a série pra amar o filme. E´a realidade, o dia á dia de nós, mulheres, que vivemos numa cidade como New York ou São Paulo e que no fundo temos as mesmas ambições. 
Claro, cada personalidade é uma, como no filme em que se entrelaçam as histórias de quatro mulheres diferentes entre si e no entanto, amigas e cúmplices umas das outras. Quem não têm amigas assim? Às vezes podem não ser três, mas que sejam duas ou mesmo uma, já está valendo. Daí o sucesso da série e consequentemente do filme, que até o momento superou a bilheteria de Indiana Jones (e acabou de estrear).

Direção de Michael Patrick King - que trabalhou na série original- , do livro de Candace Bushnell - os dois assinam o roteiro do filme - que certamente vai ter um segundo round, depois desse "boom". A trilha, traz Fergie, Joss Stone, Nina Simone e Jennifer Hudson (que também está no longa). 
O guarda roupa é no mínimo fantástico (embora a figurinista Patricia Fields tenha dito que não prestou atenção às marcas das roupas) com direito á Karl Lagerfeld, Zac Posen, Diane von Furstenberg, Oscar de la Renta,Vera Wang, Vivienne Westwood (um vestido inesquecível) as marcas brasileiras Alexandre Herchcovitch, D’Arouche, as jóias H. Stern e adereços de grifes não menos famosas, como Chanel, Louis Vutton, Manolo Blahnik , enfim; um colírio para os olhos, assim como alguns atores que contracenam com nossas heroínas  

A abertura é feita de takes, apresentando (pra quem não conhece) a sinopse da série. Muito comercial? Bom, a ideia é exatamente essa, sob todos os pontos de vista. Tudo está á venda; o turismo de New York, os belos apartamentos, as griffes de moda e suas tendências que provavelmente serão copiadas (a volta das ombreiras típicas do "power dress" dos anos 80 que é o caso do blazer amarelo de Thierry Mugler usado por Kim Cattrall num leilão), as músicas (já está a venda o CD da trilha do filme), etc.

O ponto chave, a cumplicidade feminina, não é novidade - já foi contado também por Almodóvar, principalmente no filme Volver -, mas é original sob outro ponto de vista; "Não é só nas dores que conhecemos nossos verdadeiros amigos, mas sobretudo nos momentos mais felizes", como me disse uma vez uma grande amiga. Em outras palavras, o sucesso continua sendo a vida (a arte imita a vida ou é a vida que imita a arte?) com todas as cores dos nossos desejos, amarguras, risos e lágrimas . Sem efeitos especias.

terça-feira, 3 de junho de 2008

AU REVOIR Yves Saint Laurent


Quando eu era adolescente, eu estudava e nas horas vagas eu fazia músicas e desenhava modelos. 
Na verdade, não fui eu quem escolheu minha profissão, foi ela quem me escolheu. Eu poderia ter me tornado uma jornalista ou uma estilista, mas afinal, me profissionalizei na música, que continua sendo um dos meus grandes amores. Entretanto e nem por isso, deixei de acompanhar as minhas duas outras opções. 
Sou viciada em noticias, textos, é a primeira coisa que busco quando acordo e não sei viver sem saber o que acontece no mundo da moda. Acompanho cada desfile, cada novidade, da mesma maneira que acompanho o que acontece no mundo da música, da literatura, do teatro, do cinema, da televisão. Domingo passado - dia 1 de junho - soubemos da partida de um grande nome do mundo da moda: Yves Saint Laurent.
Foi ele o responsável pelo smoking feminino - apresentado pela primeira vez em 1966-. Essa foi sua marca revolucionária, que a partir daí passou a constar em todos os seus desfiles. Foi no mesmo ano que ele decidiu popularizar, criando o prêt-a-porter, uma moda de bom gôsto a preços mais acessiveis.
Com a parceria de Pierre Bergé, transformou a marca YSL num ícone da moda, apresentando mais de 70 coleções e lançando uma infinidade de produtos por todas as partes do mundo.
Yves Saint Laurent se despediu do mundo da moda em 2002, com um desfile que trazia a retrospectiva dos seus 40 anos de carreira. Um grande artista, um grande visionário e diga-se de passagem, um charme, não? -
Foto de Yves Saint Laurent numa campanha para as lentes de Jeanloup Sieff.

DIREITOS AUTORAIS- NOVIDADES

Plano Nacional de Cultura aponta necessidade de revisão de lei sobre direitos autorais
Agência Brasil

Brasília - A regulação dos direitos autorais, considerando suas limitações e exceções no que se refere ao uso das novas tecnologias, é uma necessidade apontada no caderno de diretrizes do Plano Nacional de Cultura (PNC), que será lançado hoje (3), em Brasília. O texto defende uma descentralização na área, com a abertura de escritórios estaduais de registro.
O caderno de diretrizes do PNC também prevê a revisão da legislação brasileira sobre relações contratuais de direitos autorais, para equilibrar os interesses dos criadores e dos investidores e “estabelecer critérios transparentes de arrecadação e distribuição de direitos autorais no país”.
A necessidade de se fazer essa revisão também foi identificada pelos senadores da Comissão de Educação Cultura e Esportes do Senado, em audiência pública sobre a atual política de arrecadação e distribuição no país, realizada no dia 20 de maio.
“A concepção que temos trabalhado hoje no ministério é que a lei que está no Congresso não dá conta das necessidades da sociedade”, defendeu o coordenador-geral do PNC, Gustavo Vidigal, em entrevista à Agência Brasil.
“Nossa política de direito autoral que tem o seu espírito impresso na concepção do plano é uma política abrangente. Agora, inevitavelmente, essa discussão vai se intensificar neste ano e no ano que vem mais ainda. A aprovação do plano já preconiza algumas ações ou algumas novidades sobre essa nova lei de direito autoral, nesse novo ambiente que vivemos, um ambiente digitalizado, com circulação de informação muito grande. O plano já dá conta desse novo cenário”, destacou.
Questionado sobre o possível encarecimento dos livros por causa da arrecadação de direitos autorais, Vidigal disse que o Ministério da Cultura estuda formas de baratear as obras. O preço elevado das publicações em conseqüência da arrecadação de direitos autorais é uma das críticas do setor editorial, apesar de estar em vigor um decreto que isenta as livrarias e editoras de recolhimento de PIS/Pasep e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
“A lei do direito autoral dialoga com a cadeia produtiva do livro, muita gente inclusive fala que o livro encarece por causa do direito autoral. Todos os fatores que contribuem para a elevação do preço estão sendo analisados pelo ministério”, informou.
“Uma vez que a gente chegue ao consenso sobre tributação, a parte legal, nós vamos criar mecanismos para acompanhar se, de fato, a isenção fiscal contribui para o barateamento. O objetivo e a premissa de que o livro tem que ser barato estão previstos no plano [Nacional de Cultura]. A execução disso depende de outros instrumentos que o ministério já está desenvolvendo”, completou.