domingo, 11 de setembro de 2011
A VOZ
sábado, 27 de agosto de 2011
Corinne Bailey Rae
Dizem que quando as pessoas estão meio fora do ar, devido a anestesias ou qualquer outra coisa assim, se voltam para o tempo mais feliz das suas vidas.
Se me perguntassem qual foi o tempo mais feliz da minha vida, eu diria que foi logo depois da minha separação, quando as crianças eram pequenas e eu batalhava sozinha pra criar meus filhos e viviamos todos em total harmonia. Na época, eu me propus a não assisitir jornais, ignorar problemas sociais ou politicos e meu interesse era exclusivamente musical e o bem estar das crianças.
Fiquei sem namorado um bom tempo, o que contribuiu para a ausencia de conflitos emocionais. Viajavamos nas férias, conversavamos muito e eramos um grupo unido, aliás como somos até hoje.
Acho que essa foi a melhor base que eu poderia dar e me dar tambem. O carinho, a cumplicidade. Coisa que me faltou na infancia.
Hoje, em meio a turbilhões de problemas profissionais e pessoais as lembranças voltam como um refugio e as vezes, uma canção, sem razão alguma lava a alma como se exorcizasse fantasmas e confirmasse que a vida sempre vale a pena.
Foi assim, ontem à tarde. Uma cantora que eu nem conhecia, uma musica que me tocou tão profundamente como uma brisa de sol depois da tempestade.
Valeu. Muito prazer, Corinne Bailey Rae.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
A MAGIA DA MEIA NOITE
terça-feira, 3 de maio de 2011
MINHA COCA-COLA TODA
A vida de um compositor nem sempre é tão poética como todo mundo pensa. Às vezes e enquanto o resto do mundo pensa que, pra nós tal coisa foi uma glória, na verdade, pra gente não foi mais do que uma negociação. Outras vezes, ninguém pode imaginar o quanto tal gravação ou evento, nos trouxe realização, paixão e alegria. É infinitamente pessoal.
Por diversas razões contáveis e incontáveis, dei férias pra mim mesma em relação a musica. Cansei de injustiças, plágios, negociações escusas e outras bobagens mais. Eu só não contava com os sinais. Sempre apostei nos sinais e não foram poucos:
Do nada, um amigo indicou uma peça que eu musiquei para uma produção e tudo leva a crer que essa produção vai ser levada ao palco. Uma amiga, cantora, me liga pedindo uma música especial - essa amiga que eu não via há anos – Em seguida, a minha editora pede autorização para usar minha musica numa campanha comercial de um grande produto. Sem contar os outros pequenos sinais que apareceram durante esse tempo.
Ok. Está na hora de acabar a hora do recreio e já passa da hora de reativar minhas idéias, meu home Studio, trocar as cordas do violão, regular meu teclado e revisar o som. Com ou sem pirataria, downloads, problemas ou não com direitos autorais. Afinal, essa é a minha praia, como diz o comercial que começa a ser veiculado agora (parabéns Wagner Moura!)
Essa é a minha “Coca Cola toda”...
sábado, 5 de fevereiro de 2011
O ULTIMO TANGO
O ultimo tango em Paris (Bernardo Bertolucci), um filme muito mais poético que erótico, que discursa abertamente sobre a intimidade do ser humano, é lembrado mais uma vez pela partida da sua protagonista Maria Schneider, desconhecida na época, com apenas 19 anos que conheceu o sucesso mundial do dia pra noite.
Segundo consta, a idéia do filme apareceu a partir de uma fantasia de Bertolucci, que um dia viu uma linda mulher desconhecida nas ruas e imaginou toda uma história com ela.
Só que o filme não é apenas isso. Apesar de ser lembrado principalmente pela “cena da manteiga”, isso é o menos importante. Busca desvendar conflitos e segredos que a sociedade insiste em esconder. Como numa das falas de Marlon Brando, justamente naquela famosa cena: “Sagrada família...Diga! As crianças são torturadas até mentirem. A vontade é esmagada pela repressão. A liberdade é assassinada pelo egoísmo...”
Apesar do imensurável sucesso do filme, Maria Schneider se arrependia e culpava Bertolucci por esse trabalho. Depois de “O ultimo tango”, ela não conseguiu mais um sucesso a altura e se entregou ás drogas e ao desespero. Sua vida pessoal e artística foi marcada por escândalos e decadência.
Poderia ser feito um filme sobre o filme, uma vez que a polemica e os casos acontecidos durante e depois das filmagens dariam um grande roteiro.
No seu lançamento, a revista New Yorker considerou o mais importante filme da década “mudando a face de uma forma de arte, um filme que as pessoas esperam desde que filmes existem...” Porem o Village Voice descreveu passeatas de comitês de moralidade na porta do cinema.
Na França o Le journal de Dimanche, classificou como “um dos maiores filmes da história” e as pessoas aguardavam em fila durante duas horas no seu primeiro mês de exibição.
No Chile, o filme ficou interditado por 30 anos.
No Brasil, só pode ser exibido no Brasil em 1979 (sete anos depois) por causa da ditadura
Na Itália o filme foi lançado, mas uma semana depois a policia confiscou todas as suas cópias, por ordem da Justiça e processou Bertolucci por obscenidade. Depois disso, a Suprema Corte Italiana ordenou que todas as cópias fossem destruídas e condenou Bertolucci a quatro meses de prisão e seus direitos civis e políticos cassados por cinco anos.
A trilha sonora do compositor argentino Gato Barbieri, ganhou um Grammy pela trilha. Depois disso ele assinou com uma grande gravadora e lançou uma série de lançamentos pop/jazz de gosto duvidoso, permanecendo inativo pelo resto da década. Nunca mais foi o mesmo.
Marlon Brando, apesar de ter sido indicado ao Oscar como melhor ator e Bertolucci, como melhor diretor, declarou que jamais faria um filme desses de novo e cortou relações com Bertolucci.
Maria Schneider morreu em Paris, com 58 anos, triste e decepcionada, vítima de câncer, quarta feira passada. A maior referencia dela é ironicamente, justamente o filme que ela se arrependeu de ter feito.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
SOMEWHERE IN TIME - JOHN BERRY
Uma das musicas mais românticas dos últimos tempos, foi criada para um filme, baseado num livro ainda mais romântico e especial "Em algum lugar do passado".
Quem não conhece? Eu mesma, li o livro, assisti ao filme ( com o querido Christopher Reeve) varias vezes e não adianta nada conhecer o final. As emoções são as mesmas, as lágrimas também.
Sabemos que a emoção de um filme se deve em grande parte a sua trilha.
Domingo passado nos despedimos do criador dessa obra musical e de outras tantas de igual valor, como a trilha de "Entre dois amores", "Dança com Lobos", Perdidos na noite, James Bond, etc.
John Barry nasceu na Inglaterra, estudou piano e trompete e em 1957 formou uma banda de rock “The John Barry Seven". Mas seu sucesso aconteceu na televisão e no cinema, o que lhe deu cinco Oscars e um premio especial do Bafta (Oscar britânico).
Como todo artista que se preze (aliás, não sei porque razão) foi casado varias vezes e vivia nos Estados Unidos com a atual mulher há mais de 30 anos.
Assim como Cole Porter, os irmãos Gershwin, Michel Legrand, Maurice Jarre, ele também há de ficar, eternizado em suas canções.
A alma de um artista é seu trabalho. Se a alma é eterna, a arte é atemporal.
Have a nice trip Sir Barry.
Somewhere in Time