quarta-feira, 20 de março de 2013

EMILIO SANTIAGO


Foi por volta dos anos 90, que Joanna, cantora, compositora, minha parceira e amiga, me avisou que havia no Rio uma mulher, que dizia se chamar Isolda, que era compositora, irmã de Milton Carlos, amiga de Roberto Carlos etc.
Em resumo; ela dizia ser eu. Joanna tinha se encontrado com ela numa festa em Santa Catarina, onde ela afirmava que era a compositora de Roberto Carlos! 

No momento eu dei muita risada e comentei com amigos, em especial com uma assessora de imprensa, que me disse:
 – O fato é grave. Ela mesma acredita ser você. Eu soube disso por Emilio Santiago. Ele acreditou que se tratava de você (ele não te conhecia pessoalmente e ligou pra ela).
Ela atendeu, disse que sim, que era a compositora Isolda, mas que não ia autorizar nenhuma gravação pra ele, porque tinha exclusividade com Roberto Carlos. Claro que ele ficou chateadíssimo.

Quando eu soube dessa confusão, não sabia nem por onde começar, uma vez que essa mulher tinha trocado o numero daquele telefone e ninguém sabia onde morava.
Falei com essa assessora (amiga particular minha e de Emilio), que a essa altura já tinha explicado ao Emilio esse engano e marcamos de ir ao show dele, além de fazer um trabalho de imprensa avisando que havia alguém se passando por mim.

Assisti ao show (impecável como sempre) e depois, ele e eu conversamos e rimos desse engano. No mesmo ano ele regravou uma musica minha belissimamente (como sempre) e eu nunca mais ouvi falar dessa estranha mulher, que provavelmente me prejudicou com pessoas, que eu nem tive oportunidade de saber ou me explicar.

Hoje acordei com a noticia de que ele partiu. Minha quarta feira está muito triste, não vou ver mais o seu sorriso, a não ser em vídeos, nem vou mais ouvir sua voz contando sobre suas ultimas viagens e sucessos.
Só me restam as lembranças e a linda gravação que ele fez de uma das minhas canções. Meu mundo está mais vazio, meu coração apertado e a música menos harmoniosa. Emilio Santiago era e é a pura harmonia, simpatia e beleza. O cantor mais elegante que conheci e uma das vozes mais belas que já escutei.

Até breve amigo, até um dia...



sábado, 16 de março de 2013

SINAIS





Os sinais estão aí, ainda que a gente esteja distraída. Os sinais que a vida, o Universo ou “alguém muito bem intencionado” manda pra gente.
Sabe aquele caso que a gente jurava que era perfeito e depois viu que não era? Se alguém fizer um back up vai notar os sinais, coincidências ou não, que tinha alguma coisa errada, mas ninguém deu atenção.
E aquele dia, que apesar do convite para aquela super balada, bateu uma enorme vontade de ficar em casa? Lembrando agora; Não seria melhor ter ficado em casa?
Assim como a noite em que mesmo sem companhia, deu vontade de sair e por causa disso seu destino mudou.

Sinceramente, eu ando praticamente me acostumando a isso. Já me aconteceram tantas... Como inventar uma desculpa pra não aceitar um compromisso e a desculpa se tornar real. Desistir de uma viagem de repente, sem qualquer motivo e depois saber que  minha presença em casa seria imprescindível.  Acordar contente sem nenhuma razão e em seguida receber uma boa noticia... E por ai vai.

Tenho uma amiga querida que vive me repetindo isso. Cada vez que conto um fato em que me dei mal, ela não deixa por menos:
 – Viu? Quem mandou não ouvir os sinais?
– Que sinais?
Daí ela reconta a história enfatizando o quanto eu fui de certa forma “avisada” e não prestei atenção.

Recentemente essa amiga, tinha ganho um relógio que seu filho trouxe de uma viagem e ela não tirava esse relógio, só saía com ele. Nunca gostou tanto de um relógio.
A semana passada, ela foi ao teatro buscar alguns ingressos, para um show a noite. Conversou com alguns amigos, mais outros, de repente resolveu ir ao banheiro, voltou e no meio de uma conversa notou – Cadê o relógio?
Voltou ao banheiro, procurou por tudo e nada. Saiu do teatro, bastante chateada pensando no relógio que havia perdido e foi andando, em direção ao metro.
Quando estava entrando no metro escutou seu filho chamando. Ficou feliz pela coincidência de encontrar seu filho ali, naquele horário improvável e voltar pra casa com ele. No caminho contou que havia perdido o tal relógio e ele respondeu que não ficasse triste, que ele iria viajar pra aquele mesmo lugar e compraria outro.

Foi só quando chegou em casa, que percebeu; Perdeu o relógio, que era apenas um relógio, igual a milhões de outros. Mas não perdeu o mais importante; alguém que era insubstituível, alguém que não tinha outros exemplares e que estava ali, como pra lhe deixar claro isso.
Quem sabe o relógio não tivesse sido só um meio, pra que ela constatasse o valor que ele de fato não tinha.
Na verdade, por mais que parecesse clichê, nada importava; Nem viagens, nem casas, nem carros, nem relógios. Mas, pessoas.
Essa é a opinião da minha amiga.
Minha opinião – Quando alguma coisa é perdida, é porque de fato nunca foi nossa só ocupou espaço por algum tempo, até chegar a hora de ir, porque outra está pra chegar.
Como sempre, entre uma opinião e outra, discutimos por algum tempo até que chegamos a um denominador comum;
- Isso também não seria um sinal?