sexta-feira, 11 de abril de 2014

ABRIL



A cada dia se morre um pouco.
E a gente vai morrendo lentamente, mesmo sem se dar conta disso, cada vez que se perde alguém e com esse alguém, um pedaço da nossa história. Mas seguimos em frente, sem aquela parte amada que deixou no seu lugar um ferimento invisível a olho nu, mas latente no sentimento, até virar cicatriz. E depois outra e mais outra e outra...

Até que a alma já calejada em se deixar machucar, se acostuma a ser cada vez mais só. E se torna mais forte, nem se importando mais em ser machucada de novo.

Ficam as lembranças, às vezes doloridas, às vezes sedativas, às vezes duvidosas, como se o passado fosse um filme, que nem parece mais, que tenha sido uma realidade vivida.

Fica o amor. Uma vez amado, amado está, me disse uma vez, um amigo.
Não importa o tempo que passe, não importa a separação. Nada importa quando o amor existe, porque ele não parte. Ele não passa como passam os outros sentimentos. Às vezes encoberto por nuvens de mágoas, às vezes distante ou calado, ele continua e continuará sempre e sempre. Porque não é mortal; ele tem vida eterna.

É a única razão de estarmos aqui. A melhor das bênçãos, a maior das tristezas, a pior das dores, a verdade da vida.


A cada dia eu aprendo um pouco, eu choro um pouco, mas tenho um pouco mais de certeza, de que não foi pouco o tanto que eu te amei.