sábado, 31 de outubro de 2009

COCO AVANT CHANEL

Depois de ler algumas criticas negativas sobre o filme, eu fui ao cinema assistir "Coco Antes de Chanel" (com Audrey Tautou, Benoit Poelvoorde e o belo Alessandro Nivola). Surpresa!
Pra quem gosta de moda, como eu, o filme não é apenas um bom filme.
É uma aula de moda, de inspiração e de arte. Basta prestar atenção aos inúmeros detalhes.

Audrey Tatoo impressiona. Tá bom que a própria Coco não era “bonitinha” como a Tautou, apesar de provavelmente ter mais classe, mas Audrey Tautou deu o recado direito.

Baseado no livro de sua melhor biógrafa, Edmonde Charles Roux, o roteiro se estende até sua realização profissional, tendo a direção de Anne Fontaine. Detalhe: A produção contou com a ajuda da Maison Chanel, que permitiu acesso a todos os arquivos e coleções.

Falar de Chanel é evocar a elegância natural em sua plenitude, é o estilo, a feminilidade que se contrapõe as feministas (decadentes, na minha opinião) da década de 70. Chanel foi uma mulher que soube ser mulher, usando e abusando das armas que muitas de nós, mal sabemos usar.
Uma mulher inteligente e criadora que buscava a simplicidade e o conforto acima de tudo.
Ela é a responsável pelos chemisiers soltos, os cardigãs, o tailleur inspirado nos ternos masculinos, as peças em jersey, os twinsets e as calças compridas para mulheres. Encurtou as saias, lançando seus famosos sapatos bicolores, com confortáveis bicos arredondados. Criou o “pretinho básico” e as pérolas falsas, que junto com outras bijuterias ganharam lugar de destaque, em suas coleções Adotou o corte clássico, simétrico, reto, deixando a nuca a mostra (corte Chanel) e lançou o perfume mais vendido do mundo, o Chanel número 5 (o número 5, era seu numero de sorte).
A bolsa (icone da moda) mais amada pelas mulheres, continua sendo a clássica Chanel 2.55, criada em fevereiro de 55, com alça para ser usada a tiracolo e deixar as mãos livres, segundo Coco, para segurar uma taça de champagne numa mão e um cigarro na outra.
Chanel trabalhou até o dia de sua morte (um domingo, dia que ela detestava) com 88 anos.

O filme de 110 minutos, mostra a relação da sua vida com suas criações (como não poderia deixar de ser), desde sua infancia no orfanato, passando por sua adolescencia, segue com seu envolvimento com um famoso milionário da época, depois, seu grande romance com um Lord inglês, que colaborou para que ela abrisse sua primeira boutique e termina deixando um gosto de quero mais no publico, que a bem da verdade, não soube nem a metade da sua emocionante vida. Nem daria pra contar, num único filme. A fotografia é um caso a parte, com cenas em Dauville e Paris. Tudo isso, sem contar o guarda roupa, fiel a época, em parte da própria Maison. Uma linda homenagem, embora ainda pequena, em relação à mulher que revolucionou a moda. Amei. Vou ver de novo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SÓ SE VÊ BEM COM O CORAÇÃO...


Essa semana (quinta) começa no Ibirapuera a exposição sobre Antoine Saint-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe” e eu acabo de encontrar uma informação que eu não tinha sobre ele, assinada por Susan Andrews:


"Poucas pessoas sabem que Saint-Exupéry lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte…
Nervoso, ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados os haviam tirado. Ele olhou então para o carcereiro e disse: "Usted tiene fosforo?". O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de segundo, seus olhos se encontraram e Saint-Exupéry sorriu.
Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de Saint-Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. Saint-Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.
Parece que o carcereiro também começou a olhar Saint-Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou: "Você tem filhos?". "Sim", Saint-Exupéry respondeu, e tirou da bolsa as fotos deles. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de Saint-Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo.
Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E, de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou Saint-Exupéry para fora do cárcere e, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio. Saint-Exupéry disse: -Minha vida foi salva por um sorriso do coração”.


A exposição inclui desde cadernetas de anotações e desenhos, até objetos pessoais inéditos do autor, com fotos e documentos que só agora vamos ter acesso. É a maior mostra francesa em território brasileiro.
O livro “O Pequeno Príncipe” é o terceiro livro mais traduzido do mundo, perdendo só para a Biblia e o Alcorão, continuando a ser o top dos livros infantis. Seu autor, assim como o personagem, um dia simplesmente desapareceu. Um ano depois de ter escrito esse livro.
Saint-Exupéry saiu em vôo em 1944 e nunca mais voltou. Muito tempo depois, o mistério foi esclarecido. A prova de sua identificação foi uma pulseira sua, encontrada no mar de Marseille, em 1998.