quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SÓ SE VÊ BEM COM O CORAÇÃO...


Essa semana (quinta) começa no Ibirapuera a exposição sobre Antoine Saint-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe” e eu acabo de encontrar uma informação que eu não tinha sobre ele, assinada por Susan Andrews:


"Poucas pessoas sabem que Saint-Exupéry lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte…
Nervoso, ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados os haviam tirado. Ele olhou então para o carcereiro e disse: "Usted tiene fosforo?". O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de segundo, seus olhos se encontraram e Saint-Exupéry sorriu.
Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de Saint-Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. Saint-Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.
Parece que o carcereiro também começou a olhar Saint-Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou: "Você tem filhos?". "Sim", Saint-Exupéry respondeu, e tirou da bolsa as fotos deles. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de Saint-Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo.
Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E, de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou Saint-Exupéry para fora do cárcere e, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio. Saint-Exupéry disse: -Minha vida foi salva por um sorriso do coração”.


A exposição inclui desde cadernetas de anotações e desenhos, até objetos pessoais inéditos do autor, com fotos e documentos que só agora vamos ter acesso. É a maior mostra francesa em território brasileiro.
O livro “O Pequeno Príncipe” é o terceiro livro mais traduzido do mundo, perdendo só para a Biblia e o Alcorão, continuando a ser o top dos livros infantis. Seu autor, assim como o personagem, um dia simplesmente desapareceu. Um ano depois de ter escrito esse livro.
Saint-Exupéry saiu em vôo em 1944 e nunca mais voltou. Muito tempo depois, o mistério foi esclarecido. A prova de sua identificação foi uma pulseira sua, encontrada no mar de Marseille, em 1998.

Um comentário:

C. Marley disse...

Nobre colega Isolda,

Belo post e excelente programa para quem mora em São Paulo.
Sobre o texto entendo que o brilho entre os dois foi a chama da Luz Divina, que iluminou o coração do amor adormecido, fazendo com que pudesse encontrar no sorriso a chave da liberdade.

Um grande abraço


Um grande abraço