quinta-feira, 21 de agosto de 2008

NOSSOS TROVADORES

Durante as comemorações de 450 anos de São Paulo, uma das grandes homenagens foi do grupo Trovadores Urbanos, que lançou um CD comemorativo, onde cantam canções de autores paulistas. 
Depois do Cd, o DVD e depois do DVD a tournée, por várias cidades do estado e bares da capital, tendo como convidados, os compositores paulistas que fizeram parte dessa homenagem.

Os Trovadores Urbanos, conhecidos por todo o Brasil, transformaram as antigas serenatas em shows particulares e personalizados ganhando sucesso nacional e internacional, com várias tournés também pela Europa.
Muito antes disso, eu já era fã dessa turma, não só pela grande qualidade vocal, mas pelo bom gosto do repertório, pelo resgate musical e acima de tudo, pela simpatia.

Como eu faço parte (felizmente) desses compositores paulistas, fui convidada pelo grupo a participar do show que fazem todas as terças no Villaggio Café, cada terça com um compositor. Viu só, que chique?
Cá entre nós, eu nunca fui muito chegada aos palcos, sempre preferi trabalhar nos bastidores, fazer minhas músicas em casa e depois entregar aos tantos e maravilhosos interpretes que gravaram minhas canções. Mas nesse caso, da terça passada, a história era outra.
Nunca me imaginei no mesmo palco que os Trovadores. Gente... Foi mais do que emocionante.
Eu até respondi algumas questões, cantei, sozinha e acompanhada e depois; foi só elogios. Mas, é claro. Quem não se dá bem quando está ao lado de um grupo desses? Eu a-do-rei!
Eu queria de novo agradecer a essa equipe linda formada por Maida Novaes, Juca Novaes, Eduardo Santana (que também é meu parceiro querido) e a Valéria Caram.
São coisas assim que fazem a gente agradecer ao destino e ao nosso Amigo Maior, que certamente está sempre torcendo pela gente, até quando a gente pensa que ele esqueceu. Esquece nada... Valeu, pessoal!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A IRONIA DE CHABROL


Acabei de assistir o filme "Une fille coupée en deux" ou "Uma garota dividida em dois", direção Claude Chabrol.

A impressão que se tem é de se estar assistindo um filme dos anos 70 - apesar da história se passar em 2006 - onde a personagem central repete a fórmula de Emanuelle: 

Sem qualquer defesa ela se deixa seduzir por um escritor idoso, pervertido, que a rejeita e a humilha, vivendo por outro lado a insistência de um rapaz bonito, rico, porém problemático e mimado que entra na competição por ela. Tristes e irreais opções, uma vez que se trata de uma garota jovem, bonita e independente.
Mas não pára por aí. A personagem se joga numa paixão doentia (mais pelo fato de não ser amada como queria) pelo tal escritor, independente do século em que vivemos, da autonomia conquistada pela mulher, etc. e coloca em risco seu emprego, seus valores, sua família por uma obsessão com dramáticos resultados. 

Nesse caso, a arte longe de imitar a vida, se propôs a caçoar dela, deixando um gosto de "dejá vu" para o publico, que se esperava um filme com um mínimo de inovação, tudo o que conseguiu foi uma proposital caricatura.
A atriz Ludivine Sagnier, não decepcionou e Benoît Magimel encarnou o próprio angustiado vilão. François Berléand, não conseguiu convencer que seria capaz de seduzir a garota. 

O que teria que passar como uma relação passional, não chegou a causar nem mesmo uma tênue emoção, tal a falta de química dos amantes, sobrando para o vilão, Benoit Magimel, as cenas de maior peso e atenção.
Em se tratando de Chabrol, seria um conto de fadas as avessas (a protagonista se chama Gabrielle Deneige – ou seja De Neve), onde a magia estaria exatamente na falta de amor – só existem obsessões – e na falta de verdade, tanto nos personagens como na história. Uma ironia, dentro do estilo. Tem gente que gosta, mas eu, particularmente e á essa altura do campeonato, prefiro um cinema mais emocionante e com um minimo de conteúdo.

sábado, 2 de agosto de 2008

OS ÚLTIMOS BRASILEIROS

“Índios da etnia Kayabí que habitam atualmente a área do Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, mantém reféns desde a última quinta-feira (30) quatro pescadores e um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) na Aldeia Sobradinho. Eles reivindicam a ampliação de suas terras. A informação é do coordenador de Fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Bruno Barbosa.” (noticia da UOL)

Pelo que entendi, o Brasil era um país habitado - com seus hábitos, religião, política e costumes - quando chegaram os portugueses, se auto-proclamando “descobridores” e seduziram, usaram, abusaram, mataram e expulsaram os verdadeiros habitantes do país. Não contentes, se apropriaram de ouros, pedras preciosas e ainda exigiram impostos que seriam levados para Portugal em paga por essa invasão. 

Ok, isso foi há mais de 500 anos, mas isso redime a culpa?

Depois disso vieram povos de todas as partes do mundo habitar esse pobre país desfalcado e hoje quando ainda os poucos nativos que restam, resistem, são menosprezados, esquecidos, obrigados a viverem em estado de extrema penúria. A única linguagem que podem utilizar para se comunicar é a linguagem do povo que chegou depois; a violência. Eles aprenderam que seqüestrar dá resultado, então usaram. Deviam ter usado antes, mas eram ingênuos demais pra imaginar a proporção que tomaria aquela invasão. Foram os únicos realmente brasileiros, o resto é imigrante, estrangeiro, como a maioria do nosso povo. Tá certo, precisamos de progresso, mas alguém perguntou á eles se era isso que eles queriam ?