A vida passa mais rápido do que a gente imagina e tudo acontece num piscar de olhos. Foi ontem mesmo, minha festa de 15 anos, depois fiz dezesseis, logo em seguida, me vi fazendo back vocal para cantores nos estúdios da RCA - lá na Dona Veridiana - que hoje nem existe mais. Foi num desses trabalhos que conheci Eduardo Araújo e Silvinha. Não me lembro de uma pessoa mais doce, simpática e dona de um tremendo talento. Foi Eduardo quem levou minha primeira canção (minha e do meu irmão Milton Carlos) para Roberto Carlos. Se não fosse ele, não teríamos acesso ao rei.Silvinha, na minha lembrança, é Silvinha loira, linda e jovem, que cantava ontem no estilo de hoje. Uma voz á frente do seu tempo, um estilo personalíssimo. Cantora, mãe e amiga, que particularmente eu acho que poderia ter tido um reconhecimento maior em relação a sua vida profissional. Mas nada é por acaso. Sua missão era exatamente essa. Tanto era que foi cumprida, finalizando dia 25 de junho.
Como espiritualista que sou, sei que a vida não termina simplesmente assim. Só o personagem é que deixa de existir, como no teatro. Silvinha como Silvinha cantora, não existe mais, mas ela, seu espírito sempre existirá e voltará ao nosso convívio inúmeras vezes, quantas ela quiser.
Um dia, nós também estaremos desse outro lado, só não sabemos quando. Pouco importa a "vida saudável", as prevenções contra essa ou aquela doença, pouco importa a religião de cada um; estaremos lá.
Tudo o que importa é a nossa bagagem. Que seja feita de fraternidade, de caridade, de amor ao próximo. Que nossa estadia por aqui deixe boas lembranças e a certeza de que de alguma forma contribuímos para a felicidade dos que ainda não cumpriram sua missão.
O tempo passa muito rápido, muito mesmo. Ontem éramos adolescentes, amanhã estaremos do outro lado e depois de amanhã, começaremos, nós todos, tudo de novo.
Boa viagem, Silvinha. Até á vista.


