quarta-feira, 24 de novembro de 2010

DANIEL FILHO - CARIOCAS

E lá vem Daniel Filho outra vez e com ele, o mesmo sucesso. 
Quem iria ousar fazer do livro "As cariocas", publicado em 67, uma série pra tv com as devidas atualizações, sem perder o charme inicial de Sergio Porto?

Acompanhando o trabalho de Daniel, me surpreendi ontem à noite com o episódio "A adultera da Urca". O trabalho de direção, fotografia e texto, rima exatamente com a narrativa, no bom estilo Nelson Rodrigues (contemporâneo de Sergio Porto), dando o tom bem humorado pra história.

Quem assistiu Dancin Days e ainda guarda a lembrança de Julia e Cacá (Sonia Braga e Antonio Fagundes), não imaginava que eles estariam de volta, anos e problemas depois, como todos os casais, mesmo eles, protagonistas de uma bela história de amor.

Dizem que simpatia é recíproca, eu acredito. Não é a primeira vez que Daniel Filho "usa" uma das minha canções em suas produções (para meu grande orgulho). Foi surpresa. Excelente surpresa. Parabéns Daniel e obrigada. De novo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

LOVE

Diante de tantas técnicas e medicinas reparadoras, que a cada dia reinventam mais uma fonte da juventude, eu comecei a refletir sobre a razão dessa corrida as clinicas de tratamento e cirurgias, as idas incansáveis as academias, essa ansiedade feminina, em cortar, moldar, decepar, passar fome, se estressar, pra ficar bela, mais bela, ainda mais.....

Há que ser bela pra ser amada, repete a mídia. Amada por ela mesma, amada pelo outro e por esse amor não se medem esforços, sacrifícios, riscos de vida. Afinal, ainda segundo a mídia, o sexo dito frágil, para ser aceito tem obrigação de ser perfeito, nada menos do que isso. E elas acreditam. E enquanto acreditam a industria da chamada beleza, cresce e enriquece. Apenas um detalhe:

- É garantido, que uma mulher linda, perfeita, segundo nossos padrões de beleza, ganha o direito de ser amada de verdade? Não falo de adoração de fã, mas do amor fiel e leal, capaz de abdicar qualquer outra coisa por ela. Existe alguma mulher fantástica que seja também fantasticamente amada? Ok, existe, porem, na maioria das vezes, o amor mesmo, parece não ser endereçado a mulher perfeita. Vinicius que me perdoe, mas beleza nunca foi fundamental.

Dentre as mulheres mais amadas da história, a gente tem alguns exemplos.

Wallis Simpson, a Duquesa de Windsor – Americana, divorciada varias vezes, sem beleza nem origem e educação necessária para ocupar um lugar ao lado de Edward VIII, herdeiro do trono da Inglaterra. Por ela, ele abdicou do seu reinado, se afastou da família, provocou um escandalo no país, mas se casaram e viveram juntos, amantes e felizes até o final dos seus dias.

Yoko Ono – Até prova o contrário, foi ela o estupim que fez com que Lennon acabasse com o grupo mais famoso da história da musica e também não era nada bela, nem sexy, nem jovem...

Frida Kahlo - Amante dos mais interessantes homens do seu tempo, adorada e cultuada inclusive pelo homem que ela amava . Ela era mais ela e com bigode e tudo.

Camila Parker - Ela teve tal importancia na vida do príncipe Charles, a ponto de sugerir a ele a nova princesa da Inglaterra (Diana, que apesar de bonita, foi traída, mal amada, etc). Camila continuou como sua amante até finalmente se casar com ele, sendo como todas as outras; sem beleza, divociada, com filhos e mais velha que a sua ex mulher.

Domitila de Castro, a Marquesa de Santos - Nada bonita, com muitos filhos e que ainda mantinha vários amantes.Por muito pouco deixou de ser imperatriz do Brasil. O grande amor do imperador D. Pedro l.

Bom, essas e outras mais, incluindo Cleópatra que dizem, nada tinha de beleza, mas com seu poder de sedução dominou Julio Cezar e Marco Antonio.

Alguém conhece alguma mulher conhecidamente linda, que tenha abalado corações masculinos a ponto de mudar o rumo da história? Ta bom, a Carla Bruni, a escandalosa senhora Sarkozy, é bonitinha, mas não abalou (por mais que tentasse). Talvez precisasse enfear um pouco, engordar, emagrecer, envelhecer ou quem sabe, estudar na cartilha da Yoko...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A SAUDADE QUE EU GOSTO DE TER

Uma noite, lá pros anos 70, acordei com uma musica que vinha do quarto dos fundos de nosso apartamento. Fui até onde vinha a musica e lá estava meu irmão, com violão compondo, visivelmente emocionado.
Perguntei o que tinha acontecido. Ele me contou que havia sonhado com nosso avô (maestro e compositor) e que no seu sonho, o vovô regia uma orquestra com aquela musica. Meu irmão havia acordado e se lembrado da musica inteira, então decidiu colocar uma letra nela.
Concordei com ele, quando disse que a canção era um presente que ele tinha acabado de ganhar e apesar de um pouco assustada com a história, me emocionei com a letra que ele estava escrevendo.
Essa música depois de pronta, foi gravada com naipes de violinos e outros instrumentos acústicos que realizaram em estúdio, algo muito próximo ao que meu irmão presenciou em sonho. Eu ajudei nos vocais.
Porém, antes de ser gravada, foi com ela que ganhamos diversos festivais de musica por esse Brasil a fora, o que ajudou, em grande parte, para o desenvolvimento da nossa vida profissional.



Presente do vovô.

Sábado que vem, dia 13 é aniversário do meu irmão. Não tenho dúvidas de que qualquer dia desses a gente se vê, e vamos continuar de onde paramos, das novidades que ainda não contamos, das canções que ainda não fizemos, das brincadeiras e dos risos que estão guardados no tempo, pra quando esse dia chegar. Naquela época, talvez ele sentisse, mas eu não sabia que a vida poderia ser tão misteriosamente irônica...


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UM DIA A CASA CAI

Tem gente que ainda pergunta, por que não se ouve mais uma boa música nas rádios. Foi o público que mudou?

Pra quem ainda não sabe, é bom estar consciente que só se ouve, se vê e se compra, aquilo que a mídia decide. Jamais o publico vai conhecer uma música por melhor que seja, se o compositor, cantor, gravadora, não tiver dinheiro suficiente ( leia-se muito dinheiro)para que essa canção seja tocada. Tanto em rádios como em programas de televisão. Tenho amigos que me mostram canções lindíssimas, que jamais serão tocadas, jamais serão conhecidas pelo publico.

Da coluna de Flavio Ricco - Uol - vazou uma "tabela" dessa manipulação que em nome da "divulgação", legalizou o que antes era proibido.

coluna do Flavio Ricco - Uol

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Um dos programas mais conhecidos, gerado de São Paulo, cobra R$ 45 mil para duas apresentações. Este valor é dividido ao meio, porque a televisão também leva a parte dela. Detalhe: com nota fiscal.
Ninguém admite ou fala escancaradamente sobre o assunto, mas como se vê não tem sonegação. Legal, mas imoral.
Outro programa semanal, na mesma televisão, cobra bem menos. Apenas R$ 20 mil, também por duas músicas, porém, neste caso, a emissora não tem participação. Tudo feito por debaixo do pano.
O dinheiro é dividido em sua maior parte entre o diretor e o apresentador, além da comissão de praxe ao intermediário.
Mas isso não chega a ser nenhuma novidade. No rádio, principalmente em emissoras dos grandes centros, esta é uma prática de muito tempo. Os preços em São Paulo variam de R$ 10 mil a R$ 30 mil, conforme a colocação no Ibope. Também com nota fiscal.
São 3 execuções diárias durante 20 dias.
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Eu fico pensando em quem está chegando agora, iludido por seus sonhos de arte e talento. Minha vontade seria dizer: - Amigo, isso deixou de ser importante, faz tempo. Quem chegou lá, chegou. Quem não chegou, não chega mais. A não ser que tenha muito dinheiro pra "sustentar" essa "divulgação milionária".

Mas não digo nada, até porque ainda tenho aquele restinho de esperança lá no fundo (ou seria intuição?).

Vai que aparece algum "espertinho" e descobre que pode ganhar muito mais dinheiro de outra maneira e a coisa muda?